...Então Agripa disse para
Paulo: “Você quase me persuade a me tornar um cristão.” Atos 26:28
“Ainda pior do que
a convicção do não, e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o
quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo o que
poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou, ainda joga, quem quase passou,
ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou, não amou.”
Luís
Fernando Veríssimo
O “quase” é um drama que muitos de nós
vivemos, muitas vezes ao invés de nos conformamos com a meta não alcançada, com
o casamento que chegou ao término, o time que perdeu e muitas outras atribuições
negativas, colocamos a palavra “quase” como um escudo para justificar o nosso
sentimento de incompetência, até porque essa lamentação se torna mais fácil de
ser aceita por nós mesmos do que pensarmos que poderíamos ter nos esforçado
mais, lutado mais, procurado outras estratégias e quem sabe acreditado mais.
Usamos aqui então o exemplo: “Meu
casamento quase deu certo”. Para quem já viveu ou está vivendo esse drama, bem
sabe que o fato de quase ter dado certo não contribui em nada, não basta ter
quase dado certo se acabou, não basta quase ter durado muito, se não durou. A
vida conjugal não proporciona essa opção de
quase dar certo, não existe ninguém quase feliz, ou é feliz ou não é, não
existe casamento que quase deu certo mas que ainda continua de pé.
Como vemos no texto acima, Agripa faz
uma declaração interessante a Paulo: “Você quase me persuade a me tornar um
cristão.” Atos 26:28. Agripa sabia da veracidade do evangelho,
ouviu das coisas que Deus havia feito na vida de Paulo, mas isso não foi
suficiente, ao invés de acreditar e se tornar participante dessa fé em Cristo
Jesus, ele preferiu ficar em cima do muro usando a palavra “quase”, em outras
palavras ele estava dizendo a Paulo: “ Foi por pouco”, Agripa esteve quase
salvo, mas totalmente perdido, quase esteve
no caminho do céu, mas continuou a passos largos no caminho da perdição.
O Fato de quase aceitar a Cristo, não produz vantagem alguma, aqui ele expressa
um sentimento que massageou seu ego, dizendo a Paulo que ele quase tinha
conseguido seu objetivo, ou quem sabe em palavras simplificadas: “Faltou muito
pouco, você quase conseguiu Paulo”.
Não existe quase
grávida, nem quase céu e bem menos quase inferno, ninguém poderá ficar no meio
termo a vida toda. Um time de futebol que “quase” ganhou a partida, a perdeu, o
filho que “quase” saiu das drogas, ainda permanece, o casamento que “quase” deu
certo acabou, o visitante que foi a Igreja, se emocionou com os louvores,
chorou ao ouvir a Palavra e após o término do culto “quase” aceitou a Cristo,
não obteve nenhum benefício em ter ido a Igreja, embora tenha ficado muito
perto da salvação, continua a caminho da perdição.
Senão atentarmos para um
despertar, passaremos a fazer parte do grupo dos “quase”, já pensou sobre isso?
Já pensou ter uma vida cheia de arrependimentos no futuro por ficar no quase?
Quase chegamos ao céu, quase mudamos de vida, quase fomos vitoriosos, quase
conquistamos o amor e o respeito de nossa família etc... Pense sobre isso, o
que será que temos feito para que as coisas deem certo em nossas vidas? O tempo
que estamos dedicando a nós mesmo está bom? Ou “quase”? Será que o nosso
casamento está bom, ou quase? A Fé que nós temos, é uma fé boa, grande, forte,
inabalável? Ou é quase isso? O Deus a qual servimos é suficiente em nossas
vidas? Ele realmente transformou nossas vidas? Estamos felizes em servi-lo? Ou
é quase isso? Se for tudo quase, fique ciente de que na verdade não é nada.
Israel
Junior